Pavlova, o suspiro e a bailarina. A história de uma sobremesa

por Cozinha da Márcia

Basta pesquisar no Google para descobrir que existem milhões e milhões de respostas para o nome Pavlova, no primeiro momento aprende-se que é a sobremesa nacional da Nova Zelândia, que por sua vez disputa com a Austrália quem é a sua dona. Quase todos os sites australianos que a publicam avisam que a Pavlova é a sobremesa nacional do país, os sites da Nova Zelândia também afirmam a mesma coisa.

A simples ideia de um enorme merengue, de casca durinha e macio por dentro, recheado com creme chantilly e morangos frescos já é ótima. A boa pergunta é como virou a sobremesa nacional de dois países do outro lado ou quase, depende do ponto de vista, no fim do mundo. Pedi informações para uma amiga australiana, Janet Clarkson, vamos ver o que ela responde. No meio tempo quem se interessa por história da comida pode ler o blog dela: Ye old foodie.

Acontece que Pavlova é uma sobremesa inventada pelo grande chef do final do século XIX, Auguste Escoffier, responsável pela cozinha de um hotel famoso naquela época, o Ritz, em Paris. O seu nome até hoje é símbolo de elegância e charme. O nome é uma homenagem a Anna Pavlova, também ela uma grande mas do balé. Tal o seu talento e número de seguidores em suas turnês que acabou por criar a figura da bailarina celebridade como a conhecemos hoje – ninguém nunca dançou com tanta dor e talento o balé “O lago dos cisnes “– como podem comprovar no vídeo a seguir.

Assista um filme de 1925 no qual Anna Pavlova dança A morte dos cisne, considerada a parte mais emocionante do balé A morte do cisne, de Tchaikovski.

As receitas tem oMerengues gigantes usados na Pavlova charme da Riviera francesa, embora tenham sido peparadas em vários hotéis onde ele dirigiu a cozinha , inclusive em Londres. É que Escoffier se especializou em espalhar pelo mundo gastronômico um certo tipo de receitas que ficaram conhecidas até hoje como representantes da comida tipicamente francesa.

Entre o final do século dezenove até o crash da bolsa de Nova Iorque em 1929 Paris era a cidade onde tudo acontecia. Americanos como Ernest Hemingway, Scott e Zelda Fitzgerald, a transformaram no que é até hoje, uma mistura de intelectuais e famosos contribuindo para criar e divulgar o charme local. E no quem é quem da época Ana Pavlova agradava a todos com suas interpretações na ponta dos pés.

As fotos são de uwww.cozinhadamarcia.com.brm teste de como fazer um bom merengue e uma Pavlova ainda melhor em casa. O forno caseiro não tem a temperatura muito baixa, 120 a 160 graus, por isso o merengue fica coradinho. Eu o servi com um creme de baunilha e peras cortadinhas, ficou muito bom. Mas vou ficar devendo uma Pavlova com muito chocolate e calda de frutas vermelhas. Semana que vem tem mais Pavlovas.

Ouça Judy Garland cantando o clássico de Cole Porter, Puttin on the Ritz

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