Perfume: o melhor acompanhamento para o seu banquete

por Cozinha da Márcia

Você sabia que o olfato e o paladar andam juntos? Um não existe sem o outro e para provar isso fizemos uma experiência no Simpósio de História da Comida, na Universidade de Amsterdam que de acordo com uma sobrinha que é médica, é ensinada no primeiro ano da escola de medicina. Já que todo jovem aspirante a médico sabe, então todo cozinheiro e cozinheira também precisa saber. Vou explicar bem devargazinho para poderem repetir em casa.

  1. Pegue uma bala jujuba ou um delicado.
  2. Tampe o nariz e coloque-a na boca.
  3. Notou alguma coisa? Nada?
  4. Muito bem, agora destampe o nariz? Repare como agora você nota o gosto da bala, o sabor e a sua acidez.
  5. Agora morda. A boca vai encher de saliva e o sabor vai ficar mais intenso.

 

Parece simples, mas foi assim da associação entre boca e nariz que os seres humanos sobreviveram aos venenos encontrados na natureza. O olfato dá o sinal de perigo e o paladar completa o alarme evitando uma catástrofe se a comida estiver envenenada.
Só mais tarde, no período dos romanos que foram incluídas algumas novidade em seus banquetes, traziam a ideia de que comer era mais do que matar a fome. Inclusive a perfumavam o ar na hora que um convidado importante chegava ou na apresentação do prato central do banquete, poderia ser o mais caro ou o animal caçado alguns dias antes.
Introduziram a noção de prazer, e também a de poder – quanto mais caros os pratos servidos mais importante era o dono da casa. Claro que isso já existia antes com os reis, e faraós e grandes generais, mas com os romanos o banquete e o prazer da comida na casa de gente rica foi uma grande novidade.
Na imagem a seguir uma sala de banquete na Roma Antiga, reparem na beleza da sala toda pintada em terracota com as bordas emolduradas. O chão em mosaico em tons de azul, certamente fresquinha no verão, no lugar de cadeiras bancos para os convidados comerem reclinados, para maior desfrute, talvez não tanto dos alimentos e das bebidas, mas companhia.
Eu gosto também das histórias da comida e fico feliz de ver que tem gente de todos os cantos do mundo tentando manter os ingredientes que comemos como algo vivo e interessante, e nos deixam alertas para texturas e contrastes na boca, nos nossos olhos e tudo bem explicado como foi o caso desse seminário na UvA – na Universidade de Amsterdam.
Se você se interessa por história da comida participe do grupo do Oxford Symposium on Food and Cookery do qual faço parte no facebook.
#OSFC e #ASHF são as tags dos dois grupos abertos a chefs curiosos historiadores, etnólogos, antropólogos e a quem mais se interessar

 

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