A receita foi preparada a partir das instruções do Pedro Martinelli no Youtube, onde conta que aprendeu a receita com a mãe. Fotógrafo importante, grande conhecedor da vida na Amazônia onde teve um barco por mais de dez anos e mais, é também um cozinheiro conhecido. Acrescentei às recomendações de Pedro os conselhos da Regina Boni para misturar um pouco de farinha de mandioca à farinha de milho, deixando a massa mais aerada.
O vídeo é uma conversa/entrevista no Boteco do JB, e explica bem o que é o cuscuz chamado de paulista, na verdade uma antiga comida de viagem pelo país afora. O fardo de comida onde a farinha era carregada era o mesmo onde a carne cozida também era armazenada pelos viajantes nos caminhos de longa distância pelo interior, a umidade de uma passava para a outra modificando a textura, deixando-a com a textura do cuscuz. A farinha era sempre a mesma, de milho, a carne obtida pelo caminho é que poderia variar, mas em geral era caça. A origem da receita é portuguesa. Chegou lá nos idos do século XV quando os portugueses tinham armazéns de comércio no norte da África, na região do atual Marrocos. E por aqui junto com eles, nas cidades já construídas, no nordeste no século XVII e XVIII e em São Paulo mais tarde.
Poderia ter usado qualquer tipo de carne como a conversa no Boteco do JB esclarece. No caso, eu tinha carne seca em casa e mais alguns ingredientes na despensa. Ficou muito bom.