Um dos doces mais populares nas festas de aniversário é o cajuzinho, que não pode faltar junto com o brigadeiro, o bicho de pé, e o beijinho de coco. E, ao mesmo tempo, a receita do doce também é uma testemunha da fundação da cozinha colonial brasileira. Porém, nesse caso, a lista de ingredientes deixa de fora a influência direta da doçaria tradicional portuguesa. A influência portuguesa aparece mais nos bolos e sobremesas com uma quantidade grande de ovos.
A receita a seguir é provavelmente a mais raiz dentre todas as que eu pesquisei. Ela reune dois ingredientes nativos, a mandioca e o caju. A farinha de mandioca é um produto dos povos originários, assim como as castanhas de caju. Apenas três ingredientes – as castanhas de caju moídas são misturados com um pouco de farinha de mandioca, e por fim são umedecidas com melado de cana. Quer dizer que o resultado final é uma paçoca molhada com um líquido doce para dar liga. A paçoca é como o caipira do Sudeste chama a antiga farinha de guerra, a qual mistura a farinha de mandioca com algum outro ingrediente. Originalmente utilizava-se o peixe seco a fim de acrescentar um valor proteico.
O melado de cana de açúcar é um subproduto da cadeia de produção do açúcar, um das indústrias introduzidas no país pelos portugueses com o uso de mão de obra escrava. O melado é um líquido adocicado e viscoso. E é justamente a sua textura que permite enrolar os docinhos como pequenos cones com o formato de cajus. O óleo natural das castanhas de caju também ajuda a deixar a massa bem macia. Eu ainda espetei um cravo no topo de cada docinho para acrescentar um sabor especial.
Atualmente o doce é preparado com mais frequência com amendoins moídos aquecidos com leite condensado adoçado.
Veja a receita original no site TudoReceitas, a é da Sara Silva, redatora do site TudoReceitas.