Em São Paulo a raiz é chamada de cará, mas em outros estados, sobretudo no Rio de Janeiro e nos estados do Nordeste, é conhecida como inhame. No Rio de Janeiro, onde eu nasci, o inhame é consumido junto com outros legumes em caldos. Raramente servimos um purê de inhame, ou o comemos apenas cozido. O que é uma pena porque o seu sabor é muito delicado e elegante.
Quando vim morar em São Paulo sabia o básico, que os inhames são as raízes grandes de casca marrom. E identificava os carás pelo seu tamanho, são menores, e com aneis desenhados na casca. Algumas vezes também tem uns fiapos, meio peludinhos. Só que aqui, as duas raízes tinham seus nomes invertidos. Quer dizer que aqui o cará era conhecido como inhame e vice-versa.
O Núcleo de Extensão da USP sobre alimentação sustentável tem uma página na internet que explica as diferenças e as semelhanças. Hoje o inhame e o cará referem-se à mesma planta. E o antigo cará passou a se chamar taro, o nome pelo qual a planta é conhecida internacionalmente.
A classificação científica
Na verdade, são duas plantas diferentes. O nome científico do inhame é Dioscoreia Cayanensis Lam. Lam. é abreviação do nome do botânico que a classificou – ele se chamava Jean-Baptiste Lamarck (1744 – 1829), e foi catedrático de botânica no Jardim Botânico de Paris. O inhame ou cará veio da África junto com os colonizadores no século XVI.
Veja aqui a descrição da Embrapa. É comum ver os nomes trocados na internet.
O taro, a Colocasia Esculenta (L) Schott, é de origem asiática, mas se propagou ainda na antiguidade pelas Américas e pela Africa Oriental. Os portugueses também os plantaram em suas colonias. L. é o nome do botânico sueco Carl Linneus (1707- 1778). E Schott, refere-se a Wilhem Schott (1794-1865), um cientista austríaco que visitou o Brasil. A raiz é rica em carbohidratos com baixo índice glicêmico, fonte de fibras, e vitaminas A e C.
Veja na Wikipedia mais informações sobre o taro.