Os leques de marfim da foto são muito antigos, da segunda metade do século XVI. Imagine que foram fabricados na China! E foram trazidos de lá por comerciantes portugueses.
Os portugueses traziam para a Europa especiarias da Índia, e de outros países do sudeste Asiático. Mas também tiveram uma colonia com um porto importante em Macau, na China de onde traziam objetos de luxo como louças. Ficaram lá desde o século XVI até 1999. Esses leques, de acordo com a legenda na exposição, pertenceram ao Papa Paulo III (1468 – 1549). Esse é um objeto masculino, talvez fabricado para compor um traje de cerimônia de algum príncipe ou de uma autoridade. Mas, como tem um trabalho artesanal especialmente elegante pode que até ser nem tenha sido utilizado, e sim exposto aberto sobre uma mesa ou em uma vitrine.
O que me impressionou é a alta qualidade do artesanato – e a inteligência de sua construção. As suas palhetas são móveis e podem ser fechadas, e reparem como o cabo foi esculpido a partir de uma peça única de marfim. Esse par de leques e um grupo grande de pinturas está exposto no Museu do Louvre em Paris como parte de uma exposição com obras do Museu Capodimonte, em Nápoles na Itália.
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O X, ex- Twitter
Eu agora também acompanho as atividade de alguns museus na Europa no X, ex_Twitter, lá cada um deles mostra parte de suas obras, e também avisam sobre eventos, alguns inclusive online. A partir das notas que nos interessam pode-se ir até os seus sites. Acontece que o número de museus legais espalhados pelo mundo é muito grande. E por isso, eu sigo apenas um ou dois museus de cada vez, o museu do Louvre é um deles. Outro que gosto bastante é o museu de etnografia do Quai de Branly, com exposições sobre as diferentes culturas do mundo inteiro. Vou variando, sem nenhuma fidelidade. Depois que se começa a seguir um deles, o prório X, ex-Twitter, sugere outros museus.
A linguagem secreta dos leques
Somente no século XVIII é que os leques se transformaram em objetos usados sobretudo pelas mulheres na Europa, e foi dentro desse mundo de saias e anáguas que ganhou um novo papel. Ele serviu, em parte, vamos deixar isso claro, para driblar a dureza da repressão na educação feminina, a qual proibia as mulheres solteiras de falarem abertamente com homens. E ai delas se demonstrassem interesse pelo sexo oposto! Com isso, os leques se transformaram em verdadeiros mensageiros de recados entre mulheres e homens. Abanadas rápidas queriam dizer uma coisa, abrir e fechar diversas vezes outra. E, para tornar a vida mais interessante, esse código romântico se difundiu. E permitiu que os moços se aproximassem de suas amadas…
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