Pombo correio ou pombo no prato?

por Cozinha da Márcia
Imagem: autor desconhecido - Harper's New Monthly Magazine, No. 275, April, 1873. Ilustração: Marcia Zoladz

Já se comeu muito pombo no Brasil, mas não são os mesmos usados para levar as mensagens “para o meu amor”, como cantava o Moraes Moreira na década de 70. Os pombos correios são uma variação dos pombos comuns. Eles foram domesticados a  partir do pombo-das-rochas, que tem a propriedade de sempre voltar para seus ninhos. E, uma vez domesticados mantiveram a  sua  capacidade de sempre voltar para o local de onde saíram.

Eles foram usados como mensageiros durante a Primeira Guerra Mundial, entre  1914 e 1918. Os pombos-correios eram uma parte importante de uma rede de informação que transmitia mensagens escritas em códigos secretos enroladinhas nas suas patas. Funcionava assim – cada batalhão levava alguns pombos durante todo o trajeto até o local do combate. E, periodicamente, eram enviados de volta para os quarteis, ou para os locais onde haviam sido criados.

Mas, não tinha correio? Tinha, sim.  Só que a tecnologia bélica da época tinha mais chances de acertar um mensageiro à cavalo. E  um pombo voa alto.  A carne do pombo é bem sequinha e parecida com a das perdizes  e das codornas. Ela é própria para ser grelhada ou assada.  Também são gostosos com o papo recheado de farofa. Aliás, eles tem uma carne sequinha e saborosa. Como é que eu sei? Algumas pessoas criavam pombos em casa na minha infância, no interior do Estado do Rio. De vez e quando eram  servidos no jantar. Porém, hoje em dia são uma fonte de contaminação da toxioplasmose.

Agora, as mesmas receitas que eram usadas antigamente para preparar carne de pombo ainda podem ser preparadas com galetos ou frangos pequenos, e ficam deliciosas. Portanto, é melhor não comê-los.

Leia a seguir a receita de frango com tangerinas.

Aprenda a fazer um mole de  codornas, o  molho é de chocolate!

 

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